Mobilidade Urbana consiste na capacidade de circulação das pessoas dentro das cidades. Além de promover o fluxo de pessoas, os deslocamentos também são responsáveis pelo fluxo de mercadorias, ideias e capitais, se traduzindo em um grande espaço de convívio social e econômico. Por essa razão a questão da mobilidade se tornou um dos maiores desafios da atualidade. Mas nem sempre esse convívio acontece de forma satisfatória, o que criou, ao longo dos anos, uma visão negativa do trânsito.
A construção de uma mobilidade eficaz depende da participação e da disponibilidade de todos os atores. Parte dessa responsabilidade provem do poder público a partir do oferecimento e manutenção da estrutura viária da cidade, como asfalto de qualidade e sinalização. Uma outra parcela é de responsabilidade dos demais protagonistas do tráfego: pedestres, motoristas, ciclistas e passageiros que precisam aprender a conviver e respeitar os limites do outro.
A forma como esses atores se enxergam dentro desse espaço é determinante na dinâmica do trânsito. Eles podem ser vistos como parceiros com o mesmo direito de uso das vias públicas e sujeitos às mesmas situações adversas. Ou podem ser vistos como adversários, um obstáculo no caminho que precisa ser vencido ou um inimigo que precisa ser punido por fazer uma manobra indevida.
Compreender que o trânsito é um espaço de convivência social significa dizer que ele não pertence só a nós, mas a todos na mesma medida. Não são apenas pessoas, veículos e animais que circulam. Nesse mesmo espaço também estão circulando suas vontades, necessidades, emoções e desejos. No momento em que cruzamos com outra pessoa, nossos interesses pessoais também se entrecruzam e devem ser negociados visando sempre o bem coletivo. É aquele velho paradoxo, todo mundo perde um pouco e no final todos saem ganhando.
Lembremo-nos das formigas. Elas estão entre as melhores usuárias de trânsito no mundo por um único motivo: elas colaboram entre si e se percebem como parceiras. Portanto, vamos procurar refletir sobre nosso próprio comportamento que contribui para que esse espaço seja considerado negativo. Chegou a nossa vez de fazer parte da mudança. Você faz a sua parte? Como você repassa os valores de gentileza no trânsito para os seus filhos? Comente e compartilhe suas experiências com a gente.