O assassinato hoje da jovem Raphaella Novinski, de apenas 16 anos, aqui em Alexânia, choca a cidade e o país, diante da brutalidade do crime. Um crime passional, premeditado, na frente de dezenas de outras crianças.
Por trás, ou mesmo como a frente deste caso, levanto a discussão sobre o que a facilidade do acesso a uma arma de fogo pode gerar em um país tão desestruturado como o Brasil. Aparentemente, o assassino de Raphaella é muito introspectivo e sofre de transtornos de humor e personalidade. Há 17 dias um outro jovem, de apenas 14 anos, assassinou 2 colegas dentro da escola em Goiânia, por razões ainda não bem esclarecidas.
Arma de fogo tem um único objetivo que é atirar, e ninguém atira se não for para matar. E para que um cidadão de bem quer uma arma de fogo, se não for matar alguém. Sua segurança não depende de estar armado, mas sim, de uma ação efetiva do estado que garanta segurança à população. Mesmo em países onde a venda de arma de fogo é liberada, a população não está imune a criminalidade.
Já somos o país que mais mata por arma de fogo hoje, e a possibilidade de se comprar armas como acontece nos EUA, só vai aumentar esses números, visto que a população não está preparada, e nem deve ser, para usar uma arma de fogo.
É claro que se o cidadão não pode portar arma, o bandido também não, e esse é o principal desafio do estado. Crie-se leis mais duras para o porte ilegal de arma, caracterizando-o como crime hediondo. Faça se justiça de forma rápida, punindo bandidos de forma exemplar, inibindo assim, a ânsia por conseguir uma arma e entrar no mundo do crime, ou mesmo tolhendo o impulso de se cometer um crime motivado por ódio ou amor.
A sociedade brasileira precisa é de educação, saúde, cultura, lazer, serviços públicos de qualidade, pois a melhora da qualidade de vida sim, vai reduzir a criminalidade e a sensação de insegurança em nossas cidades.
-- Michael Laiso Felix, professor, pai de família, ex-oficial R/2 do Exército, atual Secretário Municipal de Educação de Alexânia.