Na madrugada da noite anterior, em meio a mudança de canais, terminei assistindo um trecho de um daqueles espalhafatosos e apelativos documentários do History Channel. Percebi imediatamente que se excederam uma vez mais, cometendo não tão somente uma gafe, como um desserviço desonesto social.
Numa raza e imediatista forma de raciocinar, trouxeram novamente a máxima piegas de "Porque a igreja não se desfaz de suas riquezas e doa aos pobres?"
Pensei comigo, vender para quem? Por quanto? O quê? De que forma distribuir o dinheiro? Vender coisas de valor inestimável? Em alguns momentos pago alto preço por dizer o que digo, mas defendo a tese de que a Igreja Católica deve sim ser RICA! Muito rica!
Sabiamente o Papa Francisco tem se posicionado sobre estas indagações batendo sempre na tecla de que, os Tesouros da Igreja não são somente dela, mas são tesouros da humanidade, como as obras de Michelangelo e Da Vinci. Estas se diferem de obras contemporâneas, estas têm valores simbólicos por suas histórias confundirem-se com a da própria humanidade. O Arsenal bilionário sacro não tinham tamanho valor quando criado ou adquirido, monumentos artísticos, assim como a maioria do tesouro sacro, sofreram valorização histórica, e são mantidos/cuidados pela Igreja para apresentarem-se a disposição de todos que quiserem visitá-los.
Assim como os recursos naturais, são bens pertencentes ao ontem, hoje e toda posteridade.
Os bens da Igreja são resultado do seu processo de institucionalização secular.
Observemos em mais de 2000 anos, muita coisa aconteceu para formar esta cara da Igreja e os valores que a compõe. Contudo, se comparada a IURD, a detenção de riquezas não é tão espantosa assim! Este raciocínio se aplica a todas as formas, como aquele a quem se atribui o primeiro papado da Igreja, São Pedro, era pescador de ofício. Já hoje... os Papas são, além de chefes da Igreja, chefes de Estado, psicólogos, professores, administradores, tudo simultaneamente e crescentemente.
Pensemos bem, o Papa é o único chefe de Estado que tem 1,2 bilhões de filhos em todos os cantos da Terra, falando dezenas de idiomas, em uma engrenagem que bem ou mal, gira filantropicamente em continuidade para o mundo, em formas de investimento para manutenção de serviços.
Muitos não sabem que a Igreja Católica é a Instituição mais caridosa do planeta, e com sua queda, somente na África, 60% das escolas e hospitais seriam fechados. Não somente isto, causaria impacto em diversas outras benécias, que muitos não querem ou não tem recursos para fazê-las.
Apesar de um serviço humano, sujeito a ineficiência, caso tal disparate seja realizado, e o Vaticano busque vender tudo que pertence "lhes pertence" para acabar com a fome mundial, ela seria sanada em poucas refeições, sem direcionamento e sem unidade.
No futuro, o homem teria aberto mão de uma mantenedora, forte, abençoada, divina e contínua. Seria uma catástrofe causada por pensamentos imediatistas daqueles que buscam o artifício de fracionar misérias para encobrir falhas sociais e de governantes corruptos que deixam o povo jogado à fome e à miséria.
Deve a casa de Deus portanto continuar a salvaguardar os bens sob sua posse. Pois a igreja não tem dono num plano físico, e assim fica nítido quando um padre é transferido de paróquia, leva junto estritamente consigo as benfeitorias realizadas. Este é o grande tesouro da igreja, a doação bom seria se todos quisessem ou fossem dignos de fracioná-lo também.